Só nós dois

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Henrique Galvão...quem foi este Capitão:-


Henrique Galvão
Data de nascimento4 de fevereiro de 1895
Local de nascimentoBarreiroBarreiroPortugal
NacionalidadePortugal Português
Data de morte25 de junho de 1970 (75 anos)
Local de morteSão PauloBrasil
OcupaçãoCapitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor
Magnum opusHistória do nosso tempo: João de Almeida, sua obra e acção

(BarreiroBarreiro4 de fevereiro de 1895 —São Paulo25 de junho de 1970) foi um capitão do exército, inspetor da administração colonial portuguesa e escritor português. Ficou mundialmente famoso, em 1961, por ter organizado e comandado o assalto ao paqueteSanta Maria, numa tentativa de provocar uma crise política contra o regime de Salazar.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Henrique Galvão desde cedo seguiu a carreira militar. Foi um dos apoiantes de Sidónio Pais. Foi administrador do concelho de Montemor-o-Novo. Participou na revolução de 28 de maio de 1926 e foi um ferveroso salazarista.
Foi Comissário Geral da Exposição Colonial Portuguesa, realizada no Porto, em 1934. Nesse mesmo ano foi nomeado como primeiro director da Emissora Nacional e, a 1 de agosto, agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo.[1] Mais tarde, esteve emÁfrica, onde organizou acções de propaganda. Foi governador de HuílaAngola inspirou-lhe a veia literária, tendo escrito uma série de livros brilhantes sobre a vida nas colónias africanas, a sua antropologia e zoologia. Também sobressaiu como diretor da revistaPortugal Colonial [2] (1931-1937).
No início da década de 50, Henrique Galvão desiludiu-se com o regime de Salazar e começou a conspirar com outros militares, mas acabou por ser descoberto, preso e expulso do exército. Em 1959, aproveitando uma ida ao Hospital de Santa Maria, fugiu e refugiou-se na embaixada da Argentina, tendo conseguido exílio político na Venezuela. Henrique Galvão era, com Humberto Delgado, uma figura extremamente popular nos meios oposicionistas não afectos ao Partido Comunista Português. Para o Partido Comunista, Portugal ainda não estava pronto para a revolução, enquanto Galvão achava que não havia tempo a perder. Foi durante o exílio que começou a preparar aquela que seria a sua acção mais espectacular: o desvio do paquete português Santa Maria, cheio de passageiros, a que deu o nome de "Operação Dulcineia". Coordenou esta acção com Humberto Delgado, que estava exilado noBrasil.

O Santa Maria[editar | editar código-fonte]

O navio escolhido foi o paquete "Santa Maria", que tinha largado em 9 de janeiro de 1961para uma viagem regular até Miami. Galvão embarcou clandestinamente no navio, emCuraçaoAntilhas Holandesas. A bordo já se encontravam os 20 elementos da Direcção Revolucionária Ibérica de Libertação, grupo que assumiria a responsabilidade pelo assalto. O navio levava cerca de 612 passageiros, muitos norte-americanos, e 350 tripulantes. A operação começou na madrugada de 22 de janeiro, com a ocupação da ponte de comando. Um dos oficiais de bordo ofereceu resistência e foi morto a tiro; os restantes renderam-se. O paquete mudou de rumo e partiu em direcção a África. Henrique Galvão queria dirigir-se à ilha espanhola de Fernando Pó, no golfo da Guiné, e a partir daí atacar Luanda, que seria o ponto de partida para o derrube dos governos de Lisboa e Madrid. Um plano megalómano equixotesco, condenado ao fracasso, mas que chamaria as atenções internacionais para a ditadura salazarista.
As coisas começaram a complicar-se quando o navio foi avistado por um cargueiro dinamarquês, que avisou a guarda costeira americana. Daí até à chegada dos navios de guerra foi um ápice. Vendo que tudo estava perdido, Henrique Galvão decidiu rumar aoRecife e render-se às autoridades brasileiras, pedindo asilo político, que foi aceite.

A morte[editar | editar código-fonte]

Henrique Galvão, morreu em São Paulo, em 25 de junho de 1970, com a doença de Alzheimer.
A 7 de novembro de 1991 foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade[3] .

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